Este video é notável... é uma lição de interculturalidade!
Espero que gostem!!!
sexta-feira, dezembro 29, 2006
sexta-feira, dezembro 22, 2006
Feliz Natal e um bom Ano Novo...
Leiam este artigo... é giro...
E aqui fica o meu postal de Natal!!!
Eu vou voltar a escrever mais... prometo!!!
Leiam este artigo... é giro...
E aqui fica o meu postal de Natal!!!
Eu vou voltar a escrever mais... prometo!!!
quinta-feira, novembro 23, 2006
Fazer post #2 com alguns extras
Vamos ver alguns tags básicos...
Em negrito
Em itálico
Em sublinhado
E uma hiperligação para o sítio na Internet da
Rato - ADCC
Em negrito
Em itálico
Em sublinhado
E uma hiperligação para o sítio na Internet da
Rato - ADCC
Fazer 1 post com o Firefox
Graças ao meu amigo Ricardo, fiz o meu primeiro post com o Mozilla Firefox... se isto funcionar a velha máxima é mesmo verdade: software livre rula!!!
powered by performancing firefox
segunda-feira, novembro 06, 2006
Sermão de Frei Tomás para a menina Mafalda
Na Rato - ADCC conheci o Mário(nome fictício), um jovem profundamente convicto de que as substâncias canabinóides (a marijuana ou o haxixe...) aumentam a inteligência e que poderiam ajudar-me com a bronquite asmática que sofro desde os 5 anos. Mostrava-me sítios na Internet com provas e casos médicos relatados. Eu, que nunca meti um cigarro à boca, por pudor ou por cepticismo, nunca fui na sua conversa mas, por vezes, questiono-me se ele tem razão ou não.
Quando trabalhamos em juventude, há que haver uma humildade em saber aprender com os outros, principalmente quando os outros são mais novos que tu. Mas este é um daqueles temas “tramados” em que é fácil entrar nas areias movediças dos sermões moralistas – a Saúde Juvenil. Não sou médico mas durante a minha vida, por ser asmático, fui sempre confrontado com o que posso fazer ou não. E sempre que falava com diferentes médicos, encontrava diferentes perspectivas sobre a minha doença – enquanto “puto” pensava: “Bolas, a medicina é supostamente uma ciência exacta”. Supostamente...
Mais complexo era quando me confrontava com adultos asmáticos e perguntava-lhes “Porque é que fumas? Isso faz mal à saúde...” Duuuh :)
O dilema do “certo e do errado” na adopção de comportamentos saudáveis atravessa a nossa vida em diferentes situações como cidadãos e seres humanos. A droga, os distúrbios alimentares ou a sexualidade levam a questões que ultrapassam o juramento de hipocrates dos médicos. Hoje já somos capazes de admitir que a Saúde é um conceito social e falar de Saúde é mais do que falar das listas de espera, das médias do curso de Medicina e do encerramento de centros de saúde. É necessária uma visão holística e entender que ser saudável é bem mais do que não estar doente. Mais: ser saudável, hoje, pode ser um conjunto de conceitos e, amanhã, pode ser algo completamente diferente. Esta ideia de mudança é difícil de assimilar, sobretudo, para pessoas mais velhas mas também é bastante difícil de encaixar na cabeça de adolescentes e jovens adultos. A falta de referências ideológicas da Pós-modernidade institucionaliza o “vale tudo” - live fast, die young (vive depressa, morre jovem). As últimas palavras de Timothy Leary, defensor nos anos 60 dos benefícios do consumo de LSD, foram: “why not?” - Porque não? Sim... porque não?
Na era da informação, ainda há pessoas que afirmam que há falta de informação. Eu diria que o problema não é esse – o que há é falta de pessoas informadas ou que não querem ser informadas ou ainda que estão fartas de ser informadas. Para vermos como esta questão pode ser transposta para outros domínios da Saúde, pode-se abordar a problema da sexualidade – por exemplo, com que idade é que se é que se deve começar a ter relações sexuais? Podemos ter a resposta “na ponta na língua” mas esta é uma daquelas perguntas com que Mafalda (a personagem de Banda de Desenhada criada pelo argentino Quino) “tramava” o Pai. Todo o assunto está inquinado de valores e ideias da nossa visão do Mundo e da Humanidade. Se para nós (adultos) já é difícil encontrar uma estrela do Norte, imaginem quem está na idade dos “Porquês” e dos “E porque não?”...
Falar é fácil mas, neste caso falar bem é muito difícil – o tema é difuso e, em coerência, obriga a que nós estejamos dispostos a admitir que Frei Tomás (faz o que ele diz, não faças o que ele faz!) vive em todos nós: a verdade é que institucionalizámos diversos hábitos pouco saudáveis – eu, quando era “puto”, dizia que o café era um vício capitalista – hoje bebo três por dia. Não fumo mas estou gordo como um americano. Trabalho uma média de 10 a 12 horas por dia, muitas vezes sentado à frente de um computador – sei que posso morrer bem cedo com complicações cardiovasculares mas dificilmente mudarei a vida que levo. Já tinha idade para ter juízo...
Por outro lado, Mário (ver o primeiro parágarafo), para muitos, é um rapaz muito magro, algo apático (demasiadas ganzas...) com um estilo de vida completamente diferente do meu mas é, de facto, uma pessoa com uma inteligência acima da média – quando falamos sobre Informática facilmente descambamos para discussões sobre Lógica e Filosofia – acreditem que isto num informático é muito raro. Seguimos caminhos diferentes mas não sei quem vai ter mais problemas de saúde (seja lá isso o que for...). O Futuro dirá.
Na Rato - ADCC conheci o Mário(nome fictício), um jovem profundamente convicto de que as substâncias canabinóides (a marijuana ou o haxixe...) aumentam a inteligência e que poderiam ajudar-me com a bronquite asmática que sofro desde os 5 anos. Mostrava-me sítios na Internet com provas e casos médicos relatados. Eu, que nunca meti um cigarro à boca, por pudor ou por cepticismo, nunca fui na sua conversa mas, por vezes, questiono-me se ele tem razão ou não.
Quando trabalhamos em juventude, há que haver uma humildade em saber aprender com os outros, principalmente quando os outros são mais novos que tu. Mas este é um daqueles temas “tramados” em que é fácil entrar nas areias movediças dos sermões moralistas – a Saúde Juvenil. Não sou médico mas durante a minha vida, por ser asmático, fui sempre confrontado com o que posso fazer ou não. E sempre que falava com diferentes médicos, encontrava diferentes perspectivas sobre a minha doença – enquanto “puto” pensava: “Bolas, a medicina é supostamente uma ciência exacta”. Supostamente...
Mais complexo era quando me confrontava com adultos asmáticos e perguntava-lhes “Porque é que fumas? Isso faz mal à saúde...” Duuuh :)
O dilema do “certo e do errado” na adopção de comportamentos saudáveis atravessa a nossa vida em diferentes situações como cidadãos e seres humanos. A droga, os distúrbios alimentares ou a sexualidade levam a questões que ultrapassam o juramento de hipocrates dos médicos. Hoje já somos capazes de admitir que a Saúde é um conceito social e falar de Saúde é mais do que falar das listas de espera, das médias do curso de Medicina e do encerramento de centros de saúde. É necessária uma visão holística e entender que ser saudável é bem mais do que não estar doente. Mais: ser saudável, hoje, pode ser um conjunto de conceitos e, amanhã, pode ser algo completamente diferente. Esta ideia de mudança é difícil de assimilar, sobretudo, para pessoas mais velhas mas também é bastante difícil de encaixar na cabeça de adolescentes e jovens adultos. A falta de referências ideológicas da Pós-modernidade institucionaliza o “vale tudo” - live fast, die young (vive depressa, morre jovem). As últimas palavras de Timothy Leary, defensor nos anos 60 dos benefícios do consumo de LSD, foram: “why not?” - Porque não? Sim... porque não?
Na era da informação, ainda há pessoas que afirmam que há falta de informação. Eu diria que o problema não é esse – o que há é falta de pessoas informadas ou que não querem ser informadas ou ainda que estão fartas de ser informadas. Para vermos como esta questão pode ser transposta para outros domínios da Saúde, pode-se abordar a problema da sexualidade – por exemplo, com que idade é que se é que se deve começar a ter relações sexuais? Podemos ter a resposta “na ponta na língua” mas esta é uma daquelas perguntas com que Mafalda (a personagem de Banda de Desenhada criada pelo argentino Quino) “tramava” o Pai. Todo o assunto está inquinado de valores e ideias da nossa visão do Mundo e da Humanidade. Se para nós (adultos) já é difícil encontrar uma estrela do Norte, imaginem quem está na idade dos “Porquês” e dos “E porque não?”...
Falar é fácil mas, neste caso falar bem é muito difícil – o tema é difuso e, em coerência, obriga a que nós estejamos dispostos a admitir que Frei Tomás (faz o que ele diz, não faças o que ele faz!) vive em todos nós: a verdade é que institucionalizámos diversos hábitos pouco saudáveis – eu, quando era “puto”, dizia que o café era um vício capitalista – hoje bebo três por dia. Não fumo mas estou gordo como um americano. Trabalho uma média de 10 a 12 horas por dia, muitas vezes sentado à frente de um computador – sei que posso morrer bem cedo com complicações cardiovasculares mas dificilmente mudarei a vida que levo. Já tinha idade para ter juízo...
Por outro lado, Mário (ver o primeiro parágarafo), para muitos, é um rapaz muito magro, algo apático (demasiadas ganzas...) com um estilo de vida completamente diferente do meu mas é, de facto, uma pessoa com uma inteligência acima da média – quando falamos sobre Informática facilmente descambamos para discussões sobre Lógica e Filosofia – acreditem que isto num informático é muito raro. Seguimos caminhos diferentes mas não sei quem vai ter mais problemas de saúde (seja lá isso o que for...). O Futuro dirá.
sábado, outubro 14, 2006
Amigo
Por Alexandre O'Neil
Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».
«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!
«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!
Por Alexandre O'Neil
Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».
«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!
«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!
sexta-feira, setembro 29, 2006
quinta-feira, setembro 28, 2006
quarta-feira, setembro 27, 2006
Compromisso Portugal II
Esta «bomba» dá-nos uma outra perspectiva sobre a Sociedade Portuguesa e sobre o problema da competitividade da Economia Portuguesa...
Editorial do Diário de Notícias de 27/09/2006
Público: 27/09
Para quem não sabe o que é o Fórum Económico Mundial, cliquem aqui ou aqui.
Esta «bomba» dá-nos uma outra perspectiva sobre a Sociedade Portuguesa e sobre o problema da competitividade da Economia Portuguesa...
Editorial do Diário de Notícias de 27/09/2006
Público: 27/09
Para quem não sabe o que é o Fórum Económico Mundial, cliquem aqui ou aqui.
terça-feira, setembro 26, 2006
Uma das poucas coisas que compensa em ser Português está na nossa poesia... este poema dito pelo Mário Viegas (no Programa Palavras Ditas) é... único e especial.
Adeus
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
Adeus
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
Eugénio de Andrade
segunda-feira, setembro 25, 2006
sábado, setembro 23, 2006
A Tragédia das Baleias Suicidas
Uma notícia:
"Um homem vestido com uniforme militar preto abriu fogo esta quarta-feira numa escola no centro de Montreal, fazendo um morto e 19 feridos, seis deles em estado crítico, revelam fontes oficiais, segundo a «Reuters». A vítima mortal era uma jovem de 20 anos.
A polícia referiu, entretanto, que apenas um homem participou neste ataque (incialmente falou-se em dois a três homens) e que foi abatido pelos agentes da autoridade. As primeiras informações falavam em suicídio.
Os disparos aconteceram na cantina do Dawson College, no centro de Montreal, a segunda maior cidade do Canadá." in http://www.portugaldiario.iol.pt
Como explicar?
Algures no caminho perdemos a noção do que queremos da Vida - o autor dos disparos, Kimveer Gill, pelas informações existentes na imprensa, era um jovem obececado por videojogos e "revelava sua paixão por armas de fogo e exibia seu perfil mórbido". Tinha um blog num site sugestivo - vampirefreaks.com - onde colocava afirmações diversas como: "Life is like a video game, you gotta die sometime" (a vida é como um videojogo, alguma vez tens de morrer) ou "Work sucks … School sucks … Life sucks … What else can I say?" (Trabalho não presta... a Escola não presta... a Vida não presta... O que mais poderia dizer?) - ele utilizava diferentes alias (nomes de utilizadores informáticos) como Trench (a trincheira) ou fatality666 (fatalidade666). Gostava de Marilyn Manson mas o seu filme era Romeu e Julieta - será que o inspirador desta tragédia urbana pós-moderna foi o dramaturgo inglês William Shakespeare???
Os media não dizem que ele era pobre, drogado e pelo que se sabe os pais não batiam nele. É verdade: o Mal pode nascer na porta ao lado. E da mesma forma como Kimveer, milhões de jovens em todo o Globo jogam jogos de computador com extrema violência, gostam de Marilyn Manson e alguns são mesmo apreciadores do maior dramaturgo anglo-saxónico de todos os tempos - por mais que nos custe a acreditar, o facto de jogar um jogo de computador violento não faz de nós possíveis sociopatas.
A questão coloca-se: poderia-se ter evitado? Como?
O documentário que lançou para o estrelato Michael Moore - "Bowling for Columbine" - aborda a questão do acesso às armas mas será que isso explica tudo? O mundo moderno, pela sua abundância, tira-nos o sentido da vida e o desejo de sobreviver - temos tudo o que mais poderemos querer? A resposta do "American Dream" globalizado surge com um carro, um apartamento, o corpo de um top model ou com a mulher do Luís Figo. Mas quando temos tudo? Entramos numa aspiral doentia de procura de novos sentidos, sensações e finalidades. O quotidiano, na sua riqueza, é escasso - somos mais ricos mas continua a faltar-nos qualquer coisa... Mesmo assim não há uma razão, não há um porquê racional que possa dizer: "Foi isto!"
Perante esta notícia, pensei nas baleias cuja rota são as margens e a sua consequente morte. Possuídas por um sonho mau, recusam-se a seguir outro percurso. Por vezes penso que a necessidade de auto-destruição é um mecanismo intrínseco e cruel de selecção natural e de reestabelecimento de uma ordem que a espécie humana rompeu. Mas transpondo dimensão existencial, este vai ser um dos problemas sociais mais prementes dos tempos de hão-de vir, quer queiramos ou não. Os dias da caridade e dos esterótipos dos “pobrezinhos” estão prestes a acabar...
Curiosas acabam por ser as afirmações do primeiro-ministro canadiano relativamente ao incidente no Dawson College: «Como explicar que alguém queira pôr fim à sua vida, matando outras pessoas, pessoas que ele não conhece, apenas para matar? Não tenho explicação para isso».
O cerne da questão não é esse... o cerne da questão não é ter explicação mas sim querer ter explicação para isso mesmo. É aí que falhámos, falhamos e havemos de voltar a falhar.
Artigo de Opinião no «Notícias do Seixal»
Uma notícia:
"Um homem vestido com uniforme militar preto abriu fogo esta quarta-feira numa escola no centro de Montreal, fazendo um morto e 19 feridos, seis deles em estado crítico, revelam fontes oficiais, segundo a «Reuters». A vítima mortal era uma jovem de 20 anos.
A polícia referiu, entretanto, que apenas um homem participou neste ataque (incialmente falou-se em dois a três homens) e que foi abatido pelos agentes da autoridade. As primeiras informações falavam em suicídio.
Os disparos aconteceram na cantina do Dawson College, no centro de Montreal, a segunda maior cidade do Canadá." in http://www.portugaldiario.iol.pt
Como explicar?
Algures no caminho perdemos a noção do que queremos da Vida - o autor dos disparos, Kimveer Gill, pelas informações existentes na imprensa, era um jovem obececado por videojogos e "revelava sua paixão por armas de fogo e exibia seu perfil mórbido". Tinha um blog num site sugestivo - vampirefreaks.com - onde colocava afirmações diversas como: "Life is like a video game, you gotta die sometime" (a vida é como um videojogo, alguma vez tens de morrer) ou "Work sucks … School sucks … Life sucks … What else can I say?" (Trabalho não presta... a Escola não presta... a Vida não presta... O que mais poderia dizer?) - ele utilizava diferentes alias (nomes de utilizadores informáticos) como Trench (a trincheira) ou fatality666 (fatalidade666). Gostava de Marilyn Manson mas o seu filme era Romeu e Julieta - será que o inspirador desta tragédia urbana pós-moderna foi o dramaturgo inglês William Shakespeare???
Os media não dizem que ele era pobre, drogado e pelo que se sabe os pais não batiam nele. É verdade: o Mal pode nascer na porta ao lado. E da mesma forma como Kimveer, milhões de jovens em todo o Globo jogam jogos de computador com extrema violência, gostam de Marilyn Manson e alguns são mesmo apreciadores do maior dramaturgo anglo-saxónico de todos os tempos - por mais que nos custe a acreditar, o facto de jogar um jogo de computador violento não faz de nós possíveis sociopatas.
A questão coloca-se: poderia-se ter evitado? Como?
O documentário que lançou para o estrelato Michael Moore - "Bowling for Columbine" - aborda a questão do acesso às armas mas será que isso explica tudo? O mundo moderno, pela sua abundância, tira-nos o sentido da vida e o desejo de sobreviver - temos tudo o que mais poderemos querer? A resposta do "American Dream" globalizado surge com um carro, um apartamento, o corpo de um top model ou com a mulher do Luís Figo. Mas quando temos tudo? Entramos numa aspiral doentia de procura de novos sentidos, sensações e finalidades. O quotidiano, na sua riqueza, é escasso - somos mais ricos mas continua a faltar-nos qualquer coisa... Mesmo assim não há uma razão, não há um porquê racional que possa dizer: "Foi isto!"
Perante esta notícia, pensei nas baleias cuja rota são as margens e a sua consequente morte. Possuídas por um sonho mau, recusam-se a seguir outro percurso. Por vezes penso que a necessidade de auto-destruição é um mecanismo intrínseco e cruel de selecção natural e de reestabelecimento de uma ordem que a espécie humana rompeu. Mas transpondo dimensão existencial, este vai ser um dos problemas sociais mais prementes dos tempos de hão-de vir, quer queiramos ou não. Os dias da caridade e dos esterótipos dos “pobrezinhos” estão prestes a acabar...
Curiosas acabam por ser as afirmações do primeiro-ministro canadiano relativamente ao incidente no Dawson College: «Como explicar que alguém queira pôr fim à sua vida, matando outras pessoas, pessoas que ele não conhece, apenas para matar? Não tenho explicação para isso».
O cerne da questão não é esse... o cerne da questão não é ter explicação mas sim querer ter explicação para isso mesmo. É aí que falhámos, falhamos e havemos de voltar a falhar.
Artigo de Opinião no «Notícias do Seixal»
quarta-feira, setembro 20, 2006
terça-feira, setembro 19, 2006
segunda-feira, setembro 18, 2006
Chamemos-lhe de russos, talibans, iranianos ou mesmo americanos... quando há uma barreira de fogo o inimigo há-de ser sempre o mesmo...
* * *
Russians
In Europe and America, there's a growing feeling of hysteria
Conditioned to respond to all the threats
In the rhetorical speeches of the Soviets
Mr. Krushchev said we will bury you
I don't subscribe to this point of view
It would be such an ignorant thing to do
If the Russians love their children too
How can I save my little boy from Oppenheimer's deadly toy
There is no monopoly in common sense
On either side of the political fence
We share the same biology
Regardless of ideology
Believe me when I say to you
I hope the Russians love their children too
There is no historical precedent
To put the words in the mouth of the President
There's no such thing as a winnable war
It's a lie that we don't believe anymore
Mr. Reagan says we will protect you
I don't subscribe to this point of view
Believe me when I say to you
I hope the Russians love their children too
We share the same biology
Regardless of ideology
What might save us, me, and you
Is that the Russians love their children too
Sting
* * *
Russians
In Europe and America, there's a growing feeling of hysteria
Conditioned to respond to all the threats
In the rhetorical speeches of the Soviets
Mr. Krushchev said we will bury you
I don't subscribe to this point of view
It would be such an ignorant thing to do
If the Russians love their children too
How can I save my little boy from Oppenheimer's deadly toy
There is no monopoly in common sense
On either side of the political fence
We share the same biology
Regardless of ideology
Believe me when I say to you
I hope the Russians love their children too
There is no historical precedent
To put the words in the mouth of the President
There's no such thing as a winnable war
It's a lie that we don't believe anymore
Mr. Reagan says we will protect you
I don't subscribe to this point of view
Believe me when I say to you
I hope the Russians love their children too
We share the same biology
Regardless of ideology
What might save us, me, and you
Is that the Russians love their children too
Sting
sábado, setembro 16, 2006
Ouvi esta música na rádio, apesar sua simplicidade, acaba sempre por ser maior... e sim... eu desejava que estivesses aqui...
«Wish you were here»
So, so you think you can tell
Heaven from Hell,
Blue skys from pain.
Can you tell a green field
From a cold steel rail?
A smile from a veil?
Do you think you can tell?
And did they get you to trade
Your heros for ghosts?
Hot ashes for trees?
Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change?
And did you exchange
A walk on part in the war
For a lead role in a cage?
How I wish, how I wish you were here.
We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl,
Year after year,
Running over the same old ground.
What have we found?
The same old fears.
Wish you were here.
«Wish you were here»
So, so you think you can tell
Heaven from Hell,
Blue skys from pain.
Can you tell a green field
From a cold steel rail?
A smile from a veil?
Do you think you can tell?
And did they get you to trade
Your heros for ghosts?
Hot ashes for trees?
Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change?
And did you exchange
A walk on part in the war
For a lead role in a cage?
How I wish, how I wish you were here.
We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl,
Year after year,
Running over the same old ground.
What have we found?
The same old fears.
Wish you were here.
sexta-feira, setembro 15, 2006
quinta-feira, setembro 14, 2006
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