domingo, setembro 16, 2007

Pois é... ontem foi a entrevista do Dalai Lama! Não vi mas ouvia os comentários da minha mãe: "Não percebo nada que este gajo diz!" Eu compreendo-a: o Dalai Lama está quase no patamar do Paulo Coelho ou do Osho que escrevem sobre a filosofia da auto-ajuda para diferentes tipos de pessoas: mulheres à beira da menopausa, machos latinos sentimentais ou funcionários públicos. A lógica da batata, por tão óbvia, só é compreensível por algumas pessoas e em determinados estados existenciais.

Sei que estou a ser injusto com o budismo tibetano... mas apesar do que disse, não deixo de achar o Dalai Lama um gajo inteligente. Ao globalizar o budismo tibetano, ele bem poderia ser o responsável do departamento de Marketing de uma multinacional americana. Mas mais do que ser um bom "marketeer", ele consegui preservar a cultura tibetana (na sua abordagem mais lata) - é esse o seu principal mérito, ao compreender que o que importa é património invisível que une um povo. É uma questão de tempo...

Da mesma forma que a minha mãe não percebe o que o Dalai Lama diz, eu não percebo o incómodo do PCP em relação a esta visita do líder religioso tibetano: se o Tibete fizesse parte da Rússia, eu até poderia entender algum constrangimento num partido com a orientação marxista-leninista. podíamos lembrar como o PCP andou a combater os esquerdismos maoistas no tempo do PREC...

A China é tudo menos um estado comunista - todos sabemos e o PCP sabe-o bem. E o PCP também devia aplicar a mesma máxima anti-colonialista quando defende a auto-determinação do Saara Ocidental ou da Palestina...

Há coisas que desafiam a própria lógica da batata.

P.S.: Hoje andei a pé e encontrei um conhecido meu que não hesitou em chamar-me gordo e perguntou-me se estou com problemas de saúde!

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