John Dewey dixit:
A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida.
sexta-feira, setembro 29, 2006
quinta-feira, setembro 28, 2006
quarta-feira, setembro 27, 2006
Compromisso Portugal II
Esta «bomba» dá-nos uma outra perspectiva sobre a Sociedade Portuguesa e sobre o problema da competitividade da Economia Portuguesa...
Editorial do Diário de Notícias de 27/09/2006
Público: 27/09
Para quem não sabe o que é o Fórum Económico Mundial, cliquem aqui ou aqui.
Esta «bomba» dá-nos uma outra perspectiva sobre a Sociedade Portuguesa e sobre o problema da competitividade da Economia Portuguesa...
Editorial do Diário de Notícias de 27/09/2006
Público: 27/09
Para quem não sabe o que é o Fórum Económico Mundial, cliquem aqui ou aqui.
terça-feira, setembro 26, 2006
Uma das poucas coisas que compensa em ser Português está na nossa poesia... este poema dito pelo Mário Viegas (no Programa Palavras Ditas) é... único e especial.
Adeus
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
Adeus
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
Eugénio de Andrade
segunda-feira, setembro 25, 2006
sábado, setembro 23, 2006
A Tragédia das Baleias Suicidas
Uma notícia:
"Um homem vestido com uniforme militar preto abriu fogo esta quarta-feira numa escola no centro de Montreal, fazendo um morto e 19 feridos, seis deles em estado crítico, revelam fontes oficiais, segundo a «Reuters». A vítima mortal era uma jovem de 20 anos.
A polícia referiu, entretanto, que apenas um homem participou neste ataque (incialmente falou-se em dois a três homens) e que foi abatido pelos agentes da autoridade. As primeiras informações falavam em suicídio.
Os disparos aconteceram na cantina do Dawson College, no centro de Montreal, a segunda maior cidade do Canadá." in http://www.portugaldiario.iol.pt
Como explicar?
Algures no caminho perdemos a noção do que queremos da Vida - o autor dos disparos, Kimveer Gill, pelas informações existentes na imprensa, era um jovem obececado por videojogos e "revelava sua paixão por armas de fogo e exibia seu perfil mórbido". Tinha um blog num site sugestivo - vampirefreaks.com - onde colocava afirmações diversas como: "Life is like a video game, you gotta die sometime" (a vida é como um videojogo, alguma vez tens de morrer) ou "Work sucks … School sucks … Life sucks … What else can I say?" (Trabalho não presta... a Escola não presta... a Vida não presta... O que mais poderia dizer?) - ele utilizava diferentes alias (nomes de utilizadores informáticos) como Trench (a trincheira) ou fatality666 (fatalidade666). Gostava de Marilyn Manson mas o seu filme era Romeu e Julieta - será que o inspirador desta tragédia urbana pós-moderna foi o dramaturgo inglês William Shakespeare???
Os media não dizem que ele era pobre, drogado e pelo que se sabe os pais não batiam nele. É verdade: o Mal pode nascer na porta ao lado. E da mesma forma como Kimveer, milhões de jovens em todo o Globo jogam jogos de computador com extrema violência, gostam de Marilyn Manson e alguns são mesmo apreciadores do maior dramaturgo anglo-saxónico de todos os tempos - por mais que nos custe a acreditar, o facto de jogar um jogo de computador violento não faz de nós possíveis sociopatas.
A questão coloca-se: poderia-se ter evitado? Como?
O documentário que lançou para o estrelato Michael Moore - "Bowling for Columbine" - aborda a questão do acesso às armas mas será que isso explica tudo? O mundo moderno, pela sua abundância, tira-nos o sentido da vida e o desejo de sobreviver - temos tudo o que mais poderemos querer? A resposta do "American Dream" globalizado surge com um carro, um apartamento, o corpo de um top model ou com a mulher do Luís Figo. Mas quando temos tudo? Entramos numa aspiral doentia de procura de novos sentidos, sensações e finalidades. O quotidiano, na sua riqueza, é escasso - somos mais ricos mas continua a faltar-nos qualquer coisa... Mesmo assim não há uma razão, não há um porquê racional que possa dizer: "Foi isto!"
Perante esta notícia, pensei nas baleias cuja rota são as margens e a sua consequente morte. Possuídas por um sonho mau, recusam-se a seguir outro percurso. Por vezes penso que a necessidade de auto-destruição é um mecanismo intrínseco e cruel de selecção natural e de reestabelecimento de uma ordem que a espécie humana rompeu. Mas transpondo dimensão existencial, este vai ser um dos problemas sociais mais prementes dos tempos de hão-de vir, quer queiramos ou não. Os dias da caridade e dos esterótipos dos “pobrezinhos” estão prestes a acabar...
Curiosas acabam por ser as afirmações do primeiro-ministro canadiano relativamente ao incidente no Dawson College: «Como explicar que alguém queira pôr fim à sua vida, matando outras pessoas, pessoas que ele não conhece, apenas para matar? Não tenho explicação para isso».
O cerne da questão não é esse... o cerne da questão não é ter explicação mas sim querer ter explicação para isso mesmo. É aí que falhámos, falhamos e havemos de voltar a falhar.
Artigo de Opinião no «Notícias do Seixal»
Uma notícia:
"Um homem vestido com uniforme militar preto abriu fogo esta quarta-feira numa escola no centro de Montreal, fazendo um morto e 19 feridos, seis deles em estado crítico, revelam fontes oficiais, segundo a «Reuters». A vítima mortal era uma jovem de 20 anos.
A polícia referiu, entretanto, que apenas um homem participou neste ataque (incialmente falou-se em dois a três homens) e que foi abatido pelos agentes da autoridade. As primeiras informações falavam em suicídio.
Os disparos aconteceram na cantina do Dawson College, no centro de Montreal, a segunda maior cidade do Canadá." in http://www.portugaldiario.iol.pt
Como explicar?
Algures no caminho perdemos a noção do que queremos da Vida - o autor dos disparos, Kimveer Gill, pelas informações existentes na imprensa, era um jovem obececado por videojogos e "revelava sua paixão por armas de fogo e exibia seu perfil mórbido". Tinha um blog num site sugestivo - vampirefreaks.com - onde colocava afirmações diversas como: "Life is like a video game, you gotta die sometime" (a vida é como um videojogo, alguma vez tens de morrer) ou "Work sucks … School sucks … Life sucks … What else can I say?" (Trabalho não presta... a Escola não presta... a Vida não presta... O que mais poderia dizer?) - ele utilizava diferentes alias (nomes de utilizadores informáticos) como Trench (a trincheira) ou fatality666 (fatalidade666). Gostava de Marilyn Manson mas o seu filme era Romeu e Julieta - será que o inspirador desta tragédia urbana pós-moderna foi o dramaturgo inglês William Shakespeare???
Os media não dizem que ele era pobre, drogado e pelo que se sabe os pais não batiam nele. É verdade: o Mal pode nascer na porta ao lado. E da mesma forma como Kimveer, milhões de jovens em todo o Globo jogam jogos de computador com extrema violência, gostam de Marilyn Manson e alguns são mesmo apreciadores do maior dramaturgo anglo-saxónico de todos os tempos - por mais que nos custe a acreditar, o facto de jogar um jogo de computador violento não faz de nós possíveis sociopatas.
A questão coloca-se: poderia-se ter evitado? Como?
O documentário que lançou para o estrelato Michael Moore - "Bowling for Columbine" - aborda a questão do acesso às armas mas será que isso explica tudo? O mundo moderno, pela sua abundância, tira-nos o sentido da vida e o desejo de sobreviver - temos tudo o que mais poderemos querer? A resposta do "American Dream" globalizado surge com um carro, um apartamento, o corpo de um top model ou com a mulher do Luís Figo. Mas quando temos tudo? Entramos numa aspiral doentia de procura de novos sentidos, sensações e finalidades. O quotidiano, na sua riqueza, é escasso - somos mais ricos mas continua a faltar-nos qualquer coisa... Mesmo assim não há uma razão, não há um porquê racional que possa dizer: "Foi isto!"
Perante esta notícia, pensei nas baleias cuja rota são as margens e a sua consequente morte. Possuídas por um sonho mau, recusam-se a seguir outro percurso. Por vezes penso que a necessidade de auto-destruição é um mecanismo intrínseco e cruel de selecção natural e de reestabelecimento de uma ordem que a espécie humana rompeu. Mas transpondo dimensão existencial, este vai ser um dos problemas sociais mais prementes dos tempos de hão-de vir, quer queiramos ou não. Os dias da caridade e dos esterótipos dos “pobrezinhos” estão prestes a acabar...
Curiosas acabam por ser as afirmações do primeiro-ministro canadiano relativamente ao incidente no Dawson College: «Como explicar que alguém queira pôr fim à sua vida, matando outras pessoas, pessoas que ele não conhece, apenas para matar? Não tenho explicação para isso».
O cerne da questão não é esse... o cerne da questão não é ter explicação mas sim querer ter explicação para isso mesmo. É aí que falhámos, falhamos e havemos de voltar a falhar.
Artigo de Opinião no «Notícias do Seixal»
quarta-feira, setembro 20, 2006
terça-feira, setembro 19, 2006
segunda-feira, setembro 18, 2006
Chamemos-lhe de russos, talibans, iranianos ou mesmo americanos... quando há uma barreira de fogo o inimigo há-de ser sempre o mesmo...
* * *
Russians
In Europe and America, there's a growing feeling of hysteria
Conditioned to respond to all the threats
In the rhetorical speeches of the Soviets
Mr. Krushchev said we will bury you
I don't subscribe to this point of view
It would be such an ignorant thing to do
If the Russians love their children too
How can I save my little boy from Oppenheimer's deadly toy
There is no monopoly in common sense
On either side of the political fence
We share the same biology
Regardless of ideology
Believe me when I say to you
I hope the Russians love their children too
There is no historical precedent
To put the words in the mouth of the President
There's no such thing as a winnable war
It's a lie that we don't believe anymore
Mr. Reagan says we will protect you
I don't subscribe to this point of view
Believe me when I say to you
I hope the Russians love their children too
We share the same biology
Regardless of ideology
What might save us, me, and you
Is that the Russians love their children too
Sting
* * *
Russians
In Europe and America, there's a growing feeling of hysteria
Conditioned to respond to all the threats
In the rhetorical speeches of the Soviets
Mr. Krushchev said we will bury you
I don't subscribe to this point of view
It would be such an ignorant thing to do
If the Russians love their children too
How can I save my little boy from Oppenheimer's deadly toy
There is no monopoly in common sense
On either side of the political fence
We share the same biology
Regardless of ideology
Believe me when I say to you
I hope the Russians love their children too
There is no historical precedent
To put the words in the mouth of the President
There's no such thing as a winnable war
It's a lie that we don't believe anymore
Mr. Reagan says we will protect you
I don't subscribe to this point of view
Believe me when I say to you
I hope the Russians love their children too
We share the same biology
Regardless of ideology
What might save us, me, and you
Is that the Russians love their children too
Sting
sábado, setembro 16, 2006
Ouvi esta música na rádio, apesar sua simplicidade, acaba sempre por ser maior... e sim... eu desejava que estivesses aqui...
«Wish you were here»
So, so you think you can tell
Heaven from Hell,
Blue skys from pain.
Can you tell a green field
From a cold steel rail?
A smile from a veil?
Do you think you can tell?
And did they get you to trade
Your heros for ghosts?
Hot ashes for trees?
Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change?
And did you exchange
A walk on part in the war
For a lead role in a cage?
How I wish, how I wish you were here.
We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl,
Year after year,
Running over the same old ground.
What have we found?
The same old fears.
Wish you were here.
«Wish you were here»
So, so you think you can tell
Heaven from Hell,
Blue skys from pain.
Can you tell a green field
From a cold steel rail?
A smile from a veil?
Do you think you can tell?
And did they get you to trade
Your heros for ghosts?
Hot ashes for trees?
Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change?
And did you exchange
A walk on part in the war
For a lead role in a cage?
How I wish, how I wish you were here.
We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl,
Year after year,
Running over the same old ground.
What have we found?
The same old fears.
Wish you were here.
sexta-feira, setembro 15, 2006
Subscrever:
Mensagens (Atom)