segunda-feira, setembro 14, 2009

Beautiful People



Rufem os tambores! Seixal é notícia nacional! Para além do Benfica e dos incidentes na Quinta da Princesa, o candidato Samuel Cruz do Partido Socialista convidou a modelo profissional Filipa de Castro, mais conhecida por ser ex-mulher do antigo capitão da equipa de futebol profissional sénior do Sporting Clube Portugal Beto!

Confesso que não sou a pessoa mais inteligente do Mundo mas a minha cabeça faz umas associações curiosas e, ao saber desta notícia, lembrei-me quase automaticamente de uma música dos Marilyn Manson que tem o título "Beautiful People" - na letra da música surge o seguinte texto: "The beautiful people, the beautiful people; Its all relative to the size of your steeple; You cant see the forest for the trees; You can't smell your own shit on your knees..." [Tradução: As pessoas bonitas, As pessoas bonitas; É tudo relativizado ao tamanho da tua torre do campanário; Não consegues ver a floresta pelas árvores; não consegues cheirar a tua merda quando estás de joelhos]. Para quem não sabe, Marilyn Manson, tal como Samuel Cruz, é uma personalidade propensa a criar polémicas: é um músico rock cujo teor das músicas é grotesco, provocador e decadente o que se reflecte na sua indumentária e maquilhagem. Marilyn Manson sabe claramente que a polémica vende discos mas o trabalho artístico dele, goste-se ou não, faz pensar e não nos deixa indiferente.

O problema central da escolha da mandatária para a Juventude do PS reside no facto de ser uma escolha inóqua - não consigo dizer nem bem nem mal. Não sei se foi uma boa ou uma má escolha porque não posso dizer nada sobre ela. E porque é que eu não posso dizer nada sobre a Filipa? Porque não sei quais são as suas ideias sobre a Política, sobre o Seixal e já agora... sobre Juventude.

A Filipa de Castro, ao contrário do Marilyn Manson, é uma "pessoa bonita": é uma modelo profissional que aparece continuamente nas revistas sociais. A Filipa de Castro não pode ser julgada por ser uma "pessoa bonita". Em rigor, a Filipa de Castro não pode ser avaliada como uma boa ou má escolha para ser mandatária para Juventude. Porquê? Porque não se sabe nada.

A lógica é simples - uma cara bonita e conhecida dá votos; da mesma forma que o Cristiano Ronaldo ajuda a vender produtos financeiros do BES, a Filipa de Castro ajudará a angariar votos para o PS - lá está: simples. Dessa forma, a figura dos mandatários para a Juventude é uma jogada promocional das campanhas, para encher o olho dos meios de comunicação social. A ideia do jovem é associada à ideia de beleza estética, vitalidade física... ausente de doença e longe da Morte. O jovem é bonito e atlético, lembrando subconscientemente o universo estético de riefenstahliano. Seguindo esta linha raciocínio, mais do que frustrado ou ofendido, a escolha de Filipa de Castro deixa-me triste. Triste porque os jovens acabam por não ter valor pelas suas ideias mas sim pelo seu corpo.

Corro o risco de ser injusto com o Samuel Cruz e com a Filipa de Castro mas não consigo parar de fazer relações entre esta escolha feita pela candidatura do PS Seixal e outras situações: o Povo da Liberdade - o partido Silvio Berlusconni - numa jogada claramente populista, escolheu para a lista um conjunto de mulheres atraentes, algumas antigas modelos profissionais, para integrar a lista para as últimas eleições ao Parlamento Europeu. O próprio Berlusconi desapareceu por alguns dias para fazer um "rejuvenescimento" físico.

E é impossível deixar de associar Filipa de Castro a Carla Patrocínio que, neste momento, está a destacar-se nesta campanha para as Legislativas pelas suas fotos mais ousadas que foram colocadas no Facebook, do que propriamente pelo seu alinhamento político e ideológico com o PS e José Sócrates.

Para tentar ser imparcial nesta análise, fui ao blogue do candidato do PS para informar-me das motivações desta escolha e cito o seguinte: "Samuel Cruz, candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal do Seixal, escolheu Filipa de Castro para Mandatária da Juventude da sua campanha pelo seu carisma e pelo que pode representar de positivo para o concelho do Seixal." Ora, se espremermos isto o que é que temos? Para mim, nada. Estou particularmente curioso saber o que é que a Filipa de Castro pode representar de positivo na campanha. Digo isto sem qualquer cinismo ou sarcasmo porque não sei qual é a mais valia dada pela Filipa de Castro ou de outra pessoa qualquer.

Nos vários comentários ao artigo publicitando a escolha de Filipa de Castro, destaca-se um: "Qual é o mal da mandatária?? Qual é o mal de não se ter ouvido ideias políticas da sua boca?? Com certeza que quem a convidou deve saber e isso a mim chega... Talvez a política em Portugal precise mais de pessoas completamente fora do circulo politico, com ideias novas (que para muitos podem parecer estúpidas, mas para outros poderão fazer algum sentido - esta a vantagem das democracias)." - concordo em absoluto! Só há aqui um pormenor que não encaixa - quais são as "ideias novas" da Filipa de Castro?

Estou a ser injusto com a Filipa de Castro - no programa 5 para a meia-noite, Filipa de Castro foi convidada por Fernando Alvim e disse que nutria alguma admiração por Pedro Santana Lopes... não explicou os contornos da sua simpatia pelo ex-primeiro ministro do PSD. Mas lá está, tirando isso e mais uma vez... nada. Fico à espera.

Reconheço que num universo político mediatizado, os olhos também comem! No entanto, era bom que a Política (e consequentemente os políticos...) fizesse com que as pessoas pensassem um pouco naquilo que andam a comer...

segunda-feira, maio 25, 2009

Hoje estava a trabalhar com a televisão ligada e começar dar uma rodada de vídeos no VH1 dos Police. Eh pá, deu-me uma saudade boa... Os Police estão no meu ADN - sempre tive a impressão que o Sting tirou as palavras da minha boca, das tristezas e das pequenas alegrias que nos aguentam com coragem para o dia seguinte.

Eu acho piada ao Sting porque tenho a impressão por aquilo que leio dele que ele não é um tipo que se leve muito a sério... isso reflecte na música, nas letras ou mesma na sua técnica como baixista...

Fica uma letra do homem, um tema mais desconhecido do seu reportório - I burn for you:

Now that I have found you
In the coolth of your evening smile
The shade of your parasol
And your love flows through me
Though I drink at your pool
I burn for you, I burn for
You and I are lovers
When night time folds around our bed
In peace we sleep entwined
And your love flows through me
Though an ocean soothes my head
I burn for you, I burn for
Stars will fall from dark skies
As ancient rocks are turning
Quiet fills the room
And your love flows through me
Though I lie here so still
I burn for you, I burn for you
I burn...

P.S.: Já agora fica a hiperligação da música no YouTube. Curiosamente não é dos Police, é do Sting a solo mas anda lá perto... :)

domingo, abril 05, 2009

Bem aqui vai o meu post da semana...

Hoje limpei o meu carro (mais ou menos) e nas minhas navegações de tempo livre, encontrei um poema do argentino Jorge Luis Borges com o título «Não és os outros» - fica aqui:

Não há-de te salvar o que deixaram
Escrito aqueles que o teu medo implora;
Não és os outros e encontras-te agora
No meio do labirinto que tramaram
Teus passos. Não te salva a agonia
De Jesus ou de Sócrates ou o forte
Siddharta de ouro que aceitou a morte
Naquele jardim, ao declinar o dia.
Também é pó cada palavra escrita
Por tua mão ou o verbo pronunciado
Pela boca. Não há pena no Fado
E a noite de Deus é infinita.
Tua matéria é o tempo, o incessante
Tempo. E és cada solitário instante.

domingo, março 22, 2009

Há um sítio que eu gosto de acompanhar - sou uma vítima (???) dos tempos modernos. Mal tenho tempo para ler livros por isso prefiro o sítio citador.pt. Uma digestão de grandes livros na procura de uma

É por isso que aderi ao twitter: 140 caracteres - às vezes, a escassez de palavras obriga-nos ao essencial e ao silêncio. Nos tempos que correm, precisamos de silêncio e ausência de paixão.

140 caracteres e silêncio.

Voltando ao sítio citador.pt, aí encontrei um poema de Harold Pinter que não me deixou indiferente, dedicado à sua companheira. Aqui fica - À minha Mulher:

Eu estava morto e vivo agora
Tu pegaste-me na mão

Eu morri cegamente
Tu pegaste-me na mão

Tu viste-me morrer
E encontraste-me a vida

Tu foste a minha vida
Quando eu morri

Tu és a minha vida
E assim eu vivo

domingo, março 15, 2009

Yes I can... what I can --> sim eu posso o que posso.

Não tenho blogado agora sou mais twitar [gosto destes verbos novos]

Vou falando por aí...

terça-feira, fevereiro 24, 2009

Boas...

Eu, que gosto de ler como se estivesse num buffet - tenho encontro marcado nas minhas navegações com este sítio: citador.pt - aqui encontrei um texto engraçado e interessante do Miguel Esteves Cardoso - A Tristeza dos Portugueses - o MEC tem o talento de delinear a idiossincrasia portuguesa, como Pessoa, Carlos Paredes ou o António Variações

Vou ver o resto do House...

domingo, fevereiro 15, 2009

É domingo e estou com uma dor de dentes... é a vida!

Entretanto tenho de me dedicar aos relatórios - é a vida 2x!

Mas quero deixar uma musiqueta: Grant Lee Buffalo - Lone Star Song - ouvi isto num genérico da Sic Radical e lá está ficou no ouvido e gostei... não há muito mais a dizer.

Espero que gostem porque as dores de dentes está a voltar e o Clonix é o meu crucifixo!

domingo, fevereiro 08, 2009

Estou a assassinar graficamente o meu blogue - yeah!!!
Mais uma vez: a falta de tempo... andei "capturado" com umas candidaturas maradas até ao dia 1 de Fevereiro e por isso andei em branco...

Por outro lado, estou a ficar agarrado ao Twitter e à onda do micro bloganço :) para os curiosos fica aqui a minha página no Twitter

domingo, janeiro 11, 2009

Cunhada: s. f. - irmã de um dos cônjuges em relação ao outro.

domingo, janeiro 04, 2009

Bem tenho de pegar na porcaria do projecto e não estou com pachorra para a coisa... mas pronto não há-de ser nada...

Vídeo do dia: Isto do Ano Novo, dá ataques de nostalgia - depois da descoberta dos sons pesados, surgiu na minha geração uma linha sonora onde era mesclado o metal com o funk - os Faith No More, os Red Hot Chili Peppers, os Living Colour... sei lá isto apareceu antes do Grunge - entretanto em Portugal, a reboque do estrangeiro, reformulou-se uma banda que se tornou os representantes do "movimento" aqui em Portugal: os Braindead.

Os Braindead eram de Almada - eu curtia aos molhos os gajos mas a vida tem destas coisas e rebentaram. Fica a música - parece triste o que escrevo mas não é. Um dos guitarristas tornou-se baixista dos Da Weasel, o outro foi para os Mão Morta e o baixista vai fazendo coisas como músico com o Sérgio Godinho, Luís Fonseca... sei lá tanta coisa.

Curiosamente o primeiro concerto que eu me lembro foi no Ponto de Encontro (que ainda existe...) foi dos Esborre (com membros do Braindead e no baixo estava aquele que seria o PacMan dos Da Weasel - acho que ele chegou a entrar numa das músicas do Room Landscapes) com músicas com títulos sugestivos como "Taveira - papa cús, herói nacional!" :) (isto foi mesmo há bués...)

Ah.. o vídeo: Fica aqui o Cry Alone e Never Did, Never Will

quinta-feira, janeiro 01, 2009

Bem vou tentar despachar trabalho... não estou na Oficina e tenho um projecto que tenho de terminar por isso vou "aproveitar" que estou em casa e "coiso e tal..."

Vídeo do dia: Nos meus tempos da minha juventude, era um um miúdo que curtia rock pesado - era o tempo dos Iron Maiden, Helloween... coisas que quando olho para trás só consigo dizer "Ena..."!

Em Portugal, o panorama era definitivamente pobre mas há uma banda que marca um ponto cronológico do Heavy Metal: os RAMP. Embora eles não tenham vencido comercialmente como os Moonspell, eles foram uma banda que trouxeram um patamar de qualidade - mais do que tocar bem, eles soavam - parecia uma banda estrangeira. Os RAMP são do Seixal e eles eram uma estirpe VIP pelo que putos "chungosos" como eu fazíamos piadas sobre eles, que eram o foco de atenção das miúdas, com o cabelo volumoso e bem tratado. Corriam rumores na comunidade juvenil do sobre as técnicas de tratamento capilar das famosas cabeleiras dos RAMP ;)

Hoje, eu arrisco-me a dizer que os RAMP morreram na praia - é certo que eles ainda tocam mas não conseguiram ser uma banda internacional de Heavy Metal - um sonho partilhado por quem queria ser músico de Rock naquela altura...

Queria deixar aqui alguns vídeos deles: Last Child (velhos tempos...), Black Tie (tocado no Super Bock Super Rock) e Anjo da Guarda, uma versão do António Variações (os RAMP tinham jeito para esta coisa das covers, tendo o primeiro vídeo deles ser uma versão de uma versão - Spermbirds --> Tankard --> RAMP: Try Again)

P.S.: Queria escrever pouco e acabei por fazer para aqui um testamento...