segunda-feira, abril 02, 2012

Baza, baza...


O governo encontrou a estratégia ideal para resolver o problema do desemprego: emigrem! É uma solução para a vaga de desempregados jovens que querem entrar no mercado de trabalho e encaram o panorama marcado por desemprego e precaridade.

Várias considerações foram feitas sobre esta solução em diferentes meios da comunicação social por diferentes cabeças pensantes deste país. Não queria rebater muito o assunto - queria deixar a minha opinião e conduzir a uma reflexão muito própria sobre este tópico.

O governo tem afirmado em diferentes momentos de comunicação ao País que uma solução aos desempregados qualificados é saírem de Portugal e encontrarem uma solução profissional no estrangeiro. Isto é um erro que vem detrás e vai custar muito a médio e longo prazo - investimos dinheiro em pessoas para depois mandarmos elas para outros países. Por outro lado, para o relançamento da economia Portuguesa, especialmente se pensarmos que a nossa economia está enquadrada no espaço da União Europeia, precisamos de pessoas qualificadas para serem elas próprias os empreendedores deste mesmo processo de recuperação económica. Quando o comandante diz aos passageiros de um barco para abandonarem o barco, sabemos que o barco está prestes a ir ao fundo...

Mas a emigração nem sempre é uma coisa má. Pessoas são diferentes e, frequentemente, o sítio onde gostam de estar não tem de ser o mesmo que o sítio onde nasceram. A mobilidade das pessoas é motivada por muitas outras coisas que não seja dinheiro. No meu trabalho, encontrei muitos estrangeiros que decidiram fazer a sua vida em Portugal e fizeram-no por muitas e diferentes razões mas pouquíssimas vezes alegaram que foi pelo chorudo ordenado que iriam receber em Portugal.

As pessoas têm de estar onde se sentem bem e as pessoas, quando se sentem bem, são mais produtivas. E não são só mais produtivas - têm iniciativa. Frequentemente não entendem as convenções sociais, questionam-nas, denunciam o erro e promovem a mudança. É bom ter estrangeiros destes: é chato mas é bom - acreditem em mim...

Mas há outro aspecto importante na mobilidade: a aprendizagem. Programas ligados à Aprendizagem ao Longo da Vida (Erasmus, Leonardo Da Vinci ou Juventude em Acção...) consistem em oportunidades de mobilidade e que podem dar uma possibilidade de aprendizagem e qualificação. Conhecer outras realidades sociais e culturais é uma via qualificadora para a inserção e/ou reinserção profissional.

Quando falamos especificamente do problema do desemprego juvenil, existem diversos programas europeus que constituem oportunidades que são, geralmente, desaproveitadas pelos jovens Portugueses.

Mas estas oportunidades não são um convite à emigração - são a consciencialização que existe uma globalização (boa ou não isso é outra conversa...) e que especificamente Portugal está integrado (bem ou mal isso é ainda outra conversa...). Está na altura dos jovens portugueses perceberem que “Quem pensa k'esta merda é fácil enganou-se … Abre a pestana, tana... Isto aki não é um filme, boy” Boss AC dixit

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